sábado, 16 de junho de 2012

Escritores da Liberdade

Escritores da Liberdade

“Quando eu estiver defendendo um jovem no tribunal,
a batalha estará perdida.
Acho que a luta verdadeira deve acontecer aqui,
na sala de aula.”
                                                   Erin Gruwell





Erin e os Escritores da Liberdade
 Resenha
 
ESCRITORES DA LIBERDADE. Direção: Richard Lagravenese. Produção: Richard Lagravenese. Roteiro: Richard Lavagranese, Erin Gruwell, Freedom Writers. Elenco: Hillary Swank; Patrick Dempsey; Scott Glenn, Imelda Staunton; April Lee Hernandez; Kristin Herrera; Jacklyn Ngan; Sergio Montalvo; Jason Finn; Deance Wyatt. EUA/Alemanha, 2007. Duração: 123 min. Genero: Drama.

Escritores da Liberdade é um filme baseado em fatos reais, se passa nos Estados Unidos e é caracterizado pelas guerras entre gangues que são motivados por conflitos raciais.

O personagem Erin Gruwell, interpretado pela atriz Hillary Swank, resolve mudar de profissão e dedicar-se à educação, assumindo a disciplina de inglês básico para cento e cinquenta alunos divididos em quatro turmas do primeiro ano do segundo grau no Colégio Winson Higth School em Newport Beach no ano de 1994. O principal interesse de Erin é atuar no programa de integração voluntária por entender que antes de ter que defender um jovem nos tribunais, deverá lutar por ele na sala de aula.

O programa de integração atende jovens com idade entre 14 e 16 anos, envolvidos em conflitos, alguns saídos do reformatório juvenil, outros com monitores de tornozelo para localização, todos moradores de bairros das periferias, tendo que pegar até três ônibus para chegar à escola. 

A Direção da escola mostra-se indiferente às necessidades dos alunos da integração, considerando-os como um prejuízo para a reputação da escola. A escola, aqui representada por todo o pessoal que nela atua, discrimina estes alunos e os consideram incapazes de aprender ou mesmo de interpretar a leitura dos livros da biblioteca escolar. A escola tem uma imagem idealizada do aluno como sendo americano, branco, inteligente e capaz, sendo que as últimas qualidades eles comprovam através de suas notas. Os que preenchem estes requisitos são separados em turmas especiais denominadas “avançadas” e entregues a professores que já alcançaram um status dentro da escola.

Erin percebe logo no primeiro dia de aula o grande desafio que teria que enfrentar. Imediatamente ajusta sua metodologia para alcançar a realidade daqueles alunos. Sua forma de abordagem faz toda a diferença e surpreende não só seus alunos como também a direção da escola, indo repercutir no distrito escolar e por fim até na mídia.

A abordagem de Erin vai de encontro à realidade vivida por seus alunos. Demonstra a eles através de aulas sobre o holocausto e as consequências, que o mundo pode sofrer quando uma raça se sobrepõe a outra. Coloca em questão o valor das disputas e da participação em gangs. A partir dai consegue que seus alunos se manifestem e partilhem suas realidades individuais. Deste momento em diante Erin consegue fazer uma avaliação diagnóstica de seus alunos evidenciando suas potencialidades. Passa então a planejar e executar ações para que ocorra o processo de ensino aprendizagem.

Em sua metodologia, Erin valoriza o que o aluno traz de conhecimentos prévios, especialmente quando os motiva para a escrita de um diário que mais tarde se tornará um marco na história não só de seus alunos, mas da própria escola e das comunidades à sua volta.

A leitura do livro “O diário de Anne Frank” é o embasamento que os alunos de Erin necessitavam para retomar o sentido de suas existências, resgatarem a autoestima e se sentirem iguais em suas diversidades. Passam a se sentirem seguros e a turma se sente como uma família.

A professora Erin Gruwell ou professora G como passa a ser chamada por seus alunos, mostra que a educação é uma questão de oportunidade e que todos são capazes de construir conhecimentos. O diferencial foi sua ação inclusiva e a abordagem de temas que foram de encontro com as realidades vividas por aqueles jovens. A confiança conquistada pela professora leva seus alunos a sonharem com ações de aprendizagem antes inimagináveis por eles e a história culmina com a publicação do livro que é a soma dos diários dos alunos da integração.

Este filme traz à tona a necessidade de uma escola que olhe para seus alunos e propicie uma aprendizagem a partir de suas realidades, resgatando valores e promovendo o progresso intelectual e social dos alunos, comunidade e do próprio pessoal da escola. Torna-se, portanto um filme de grande valor na formação de professores e gestores de escola. 

Lúcia Maria da Silva, acadêmica do curso de Pedagogia na Pontifícia Universidade Católica do Estado de Goiás
 Texto de caráter meramente informativo. Reprodução autorizada desde que citada a fonte.

sábado, 9 de junho de 2012

Paulo Freire

Paulo Freire



Pedagogia do Oprimido 
É um dos mais conhecidos trabalhos do educador e filósofo brasileiro Paulo Freire. O livro foi escrito em 1968, quando o autor encontrava-se exilado no Chile. Proibido no Brasil, somente foi publicado no país em 1974.



Curiosidades sobre Paulo Freire:


Painel Paulo Freire no CEFORTEPE - Centro de Formação, Tecnologia e Pesquisa Educacional da Secretaria Municipal de Educação de Campinas-SP

 

Escultura em Estocolmo, Suécia. Paulo Freire (segundo da esquerda para a direita) aparece ao lado de outras seis personalidades internacionais, entre elas Pablo Neruda e Mao Tsé-Tung.

 

Declarada a anistia ao educador Paulo Freire,
com pedido de perdão

“Esse pedido de perdão se estende a cada brasileiro que, ainda hoje, não sabe ler sua própria língua”, disse o relator do processo, Edson Pistori.

Paulo Reglus Neves Freire nasceu em Recife, em 1921, e morreu em São Paulo, em 1997. Ficou conhecido pelo empenho em ensinar os mais pobres e se tornou uma inspiração para gerações de professores. Freire desenvolveu um método inovador de alfabetização, a partir de suas primeiras experiências, em 1963, quando ensinou 300 cortadores de cana a ler e a escrever em 45 dias. O educador sofreu perseguição do regime militar (1964-1985), ficou preso por 70 dias e foi exilado por 16 anos, considerado traidor.
Em 1967, durante o exílio, no Chile, escreveu o primeiro livro, Educação como Prática da Liberdade. Em 1968, publicou uma de suas obras mais conhecidas, Pedagogia do Oprimido. Freire retornou ao Brasil em 1980, com a anistia que permitiu o retorno dos exilados, e foi nomeado secretário de educação da cidade de São Paulo, cargo que exerceu até 1991.
Fonte: SETEC